2021 chegou, quantas promessas, desejos e esperanças para o novo ano que se inicia. “Esse
ano será diferente; darei um rumo diferente a minha vida; atrasar tarefas nunca mais!” são
alguns exemplos das necessidades de mudanças que almejamos.
Quem nunca atrasou uma tarefa que atire a primeira pedra! Adiamentos são tão comuns que a
maioria de nós já apresentou em algum momento da vida, ou vários, essa atitude, e existem os
que se declaram “procrastinador nato”.
Nem sempre atrasar uma tarefa será um problema. Diante de um imprevisto ou um novo
problema, adiar uma atividade nos dá a oportunidade de rever as prioridades e buscar as
soluções necessárias. No entanto, o atraso nem sempre será benéfico.
O atraso desnecessário, geralmente, é acompanhado de sentimentos de culpa, ansiedade,
vergonha, tristeza e arrependimento. Denomina-se procrastinação o comportamento de
prorrogar, retardar, adiar intencionalmente uma tarefa.
O comportamento de procrastinar resultará em prejuízos para o indivíduo, podendo afetar a
saúde, o desempenho e suas relações sociais.
Um dos pontos centrais da causa e manutenção da procrastinação está no processo de
autorregulação, o qual consiste na habilidade de monitorar e manejar a emoção, a cognição e
o comportamento para atingir um objetivo. Por exemplo, um estudante ao se deparar com
uma atividade que exige esforço mental poderá postergar tal atividade, com o objetivo de
evitar o desconforto emocional, como a ansiedade ou medo. A evitação dessas emoções faz
com que esse indivíduo fuja da tarefa e mantenha-se calmo e aliviado momentaneamente.
O sentimento de alívio não é mantido por muito tempo, as pessoas que procrastinam tendem
a vivenciar maior elevação do nível de estresse próximo ao prazo de entrega do trabalho,
como também podem apresentar um desempenho inferior.
O comportamento procrastinatório é uma estratégia para regular, em curto prazo, os
sentimentos negativos que acompanham a atividade.
A procrastinação está geralmente associada a fatores cognitivos, como interpretamos
(pensamos) uma tarefa, e emocionais, medo do fracasso. Os pensamentos, muitas vezes
disfuncionais, como “essa tarefa é muito difícil, não vou conseguir, vou falhar, não sou bom o
suficiente” irão colaborar para o adiamento da tarefa. O medo de falhar é um tema presente
nas cognições dos procrastinadores.
A evitação da situação (tarefa) reforça o pensamento disfuncional “não vou conseguir” e isto
se torna um ciclo vicioso de pensamentos tais como “não consigo”, emoções “frustração,
fracasso” e comportamentos “esquiva, adiamento” que intensifica o comportamento
procrastinatório.
Algumas dicas para evitar a procrastinação:
– Tente se recordar de uma atividade que você considerava difícil inicialmente e conseguiu
finalizar.
– Liste os seus principais objetivos e motivadores para a execução da atividade.
– Faça um planejamento que seja possível executar, divida a atividade.
– Faça pequenas pausas.
– Lembre-se: nem todos os pensamentos são uma verdade absoluta sobre você e os
sentimentos são como uma onda, vem e vão.